Se passasse uma estrela cadente, e pudesse me dar um presente, eu pedia me levaaaaaaaaaa

  Ontem, entreguei minha carta de demissão a Deus.

Este emprego de estar entre os vivos dói demais.




Estou a duas semanas inteiras mijando vermelho-sangue.

Entre as 21h e as 02h, toda noite, gemo, grito e choro de dor.

Dipirona, domperidona, além dos remédios usuais e…

Nada.




Este saco de ossos não aguenta mais.




Não sou tão dramático quanto pareço.

O caso é sério.

Realmente algo de só uma vez na vida.

Chorei, gritei, gemi, espalhei lágrimas e catarro por toda cama.

Eu só queria ir.




Na primeira vez, era a mente adoecida.

Eu não podia escapá-la, mas ela só estava dentro de mim.

Agora, o corpo me aprisiona.

Me pune.




Todo mundo conhece o crime que cometi.

Pulei de um viaduto.

Engoli trinta comprimidos de carbonato de lítio.

Me cortei com cada bisturi enferrujado disponível.

Engoli um litro inteiro de kiboa.




Me fiz em mil pedaços

Pra você juntar

E queria sempre achar explicação pro que eu sentia


Como um anjo caído

Fiz questão de esquecer

Que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira


Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo.


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