Linhas fracas
Ontem não escrevi. Estava ocupado morrendo de dor nas costas.
E não sei se hoje compensarei. Mas sei que já escrevo.
Quase sem palavras.
Mas algumas coisas foram percebidas e vivenciadas sim nos últimos dias.
Dias sociais demais, aliás.
Até me lembrei que tenho um certo ponto na sociabilidade, um ponto final, de apatia e cansaço, distanciamento e frieza. Um ponto em que o assunto acaba mas o papo não. Eu fico gélido, tão frio como o momento atual. Observando, esperando alguma brecha pra dizer adeus ou até a próxima. Não que eu perca o interesse em conversar, muito menos que as pessoas fiquem chatas. Eu só chego a um limite estranho.
Ontem conheci um cara muito engraçado no Facebook.
Não engraçado por querer ser, óbvio. Mas era risível sua visão das coisas.
Não tinha prioridades sérias.
Reclamava que as pessoas o adicionavam sem querer conversar.
Imagina, como se a solicitação fosse intimação.
Como se não desse pra mandar umas cinco mil dessas em um dia.
Sem nem olhar nomes ou rostos.
Apenas para aumentar o alcance ou ver posts bonitos e interessantes.
Nada contra a visão fraca e meio fútil do meu novo conhecido.
Mas ele parece ser um frustrado.
Preocupado com tudo o que não importa.
Como se as minhas coisas fossem mais importantes que as dele, né?
Aiai, minha arrogância.
Arrogância: Um tema essencial nos meus dias mais sociais.
Tem horas que é difícil não me sentir superior.
Não a pessoas, nem coisas, nem momentos. Mas as ações.
O julgamento é um vício cruel do humano.
E os atos, de fala ou de gesto ou de corpo, podem ser completamente deploráveis num contexto tão difícil.
Digo, se o presidente pode ser burro e mal em público cem por cento de seu tempo, a que direitos e deveres se dará o mero cidadão representado por esse karma no poder?
Não é como se todos os males do mundo fossem culpa do Bolsonaro.
Mas ele consegue representar muito bem todos eles.
Com gosto e vontade.
Que caia e caia feio.
Adoraria acreditar numa mudança, mas já passou do extremo antes mesmo de ser.
:*
ResponderExcluir